terça-feira, 30 de outubro de 2012

Flores Brancas...

     "Quando se trata de entender, prevenir e tratar doenças crônicas, a esclerose múltipla é uma dos desafios mais difíceis. A palavra "múltipla" é adequada de diversas formas.
Entre as várias causas sugeridas para a doença estão a exposição a certos vírus e agentes tóxicos na primeira infância, influências geográficas e dietéticas, defeitos imunológicos inerentes e suscetibilidades genéticas básicas.
A esclerose múltipla é altamente imprevisível. Raramente encontram-se dois pacientes cujos sintomas tenham as mesmas características, duração e progressão. E dificilmente dois pacientes respondem da mesma forma a uma determinada terapia, seja ela alternativa ou baseada na medicina tradicional. Tentativa e erro é o nome do jogo, dizem os especialistas, porque freqüentemente é impossível saber antecipadamente que tratamento terá mais resultados em um paciente específico.
Essas são com freqüência as raízes da confusão e da desconfiança que grassam entre os que padecem da doença e os seus familiares. Isso às vezes faz com que surjam alegações de que os cientistas que estudam a doença, bem como as organizações que arrecadam grandes cifras para financiar as pesquisas e os serviços fornecidos aos pacientes, não têm a intenção de encontrar uma cura, devido ao temor de ficarem sem emprego. Trata-se de uma idéia obviamente ridícula, já que muitos daqueles envolvidos em arrecadação de verbas e pesquisas viram, eles próprios, seus entes queridos sofrerem e sucumbirem devido a doenças como a esclerose múltipla.
O insucesso da comunidade médica em desvendar mistérios como a esclerose múltipla também leva diversos pacientes a buscar remédios alternativos sugeridos por parentes e amigos ou encontrados na Internet. Muitos desses remédios são inofensivos, e alguns podem até ajudar, pelo menos durante um certo tempo. Mas quando esses medicamentos alternativos fazem com que os pacientes deixem de experimentar aquilo de melhor que a medicina moderna tem a oferecer - ou quando eles interagem negativamente com os remédios tradicionais - o resultado pode ser um agravamento da doença bem mais rápido do que ocorreria com o uso da medicina tradicional.
Então, o objetivo daqueles que cogitam tratamentos alternativos deve ser utilizá-los de forma complementar, e não competitiva, às terapias que foram avaliadas em testes clínicos bem elaborados.
"As pessoas só possuem um cérebro e uma medula óssea, e o que todos os que sofrem de esclerose múltipla devem fazer é otimizar as opções de tratamento todos os dias", afirma Allen C. Bowling, neurologista do Centro de Esclerose Múltipla Rocky Mountain e autor de "Complementary and Alternative Medicine and Multiple Sclerosis" ("Medicina Complementar e Alternativa e a Esclerose Múltipla"). "Todo paciente deveria apostar naquelas coisas para as quais existem as melhores provas. Eles devem aproveitar aquilo que a medicina convencional tem a oferecer, juntamente com a medicina alternativa, contanto que esta última não interfira com a primeira".
Opções de tratamentos
A esclerose múltipla é uma doença inflamatória auto-imune do sistema nervoso central, na qual o próprio sistema imunológico do organismo ataca a bainha de mielina que isola os nervos no cérebro e na medula, resultando em dano irreversível aos axônios que transmitem sinais do sistema nervoso. Cerca de 400 mil pessoas sofrem da doença nos Estados Unidos, e o número de mulheres afetadas é duas vezes maior que o de homens.
A esclerose múltipla é diagnosticada tipicamente entre os 20 e os 40 anos, mas os fatos indicam que ela tem início anos antes que surjam os primeiros sintomas de fraqueza e incapacidade. Mesmo sem uma cura, há muitos tratamentos disponíveis - como medicamentos, terapia física e ocupacional, exercícios e repouso - capazes de aliviar os sintomas e adiar a progressão da doença".
       Punk né!!!!
    Em quê, no quê acreditar??? Se no final da contas, tudo acaba da maneira "como tem que acabar", se é que você me entende...
    A Esclerose Múltipla, ataca mulheres na idade jovem. Homens também, mas na sua maioria, na mulher.
    Complicado dar o diagnóstico para uma mulher de seus 15, 16, 20 anos, ou até mais. É muita informação para uma cabeçinha jovem, que só se preocupa na roupa que vai usar para "aquela" festa e no que vai escrever no seu diário, depois dela. Com uma vida inteira pela frente, seus sonhos ainda a serem realizados, como; casar, ser mãe, ou até mesmo profissional.
    Foi complicado no meu caso. Um mês antes do meu tão sonhado casamento, ouvir o médico (com toda sua superioridade), explicar que a "bainha da minha mielina" estava se desgastando, quando a única "bainha" que eu conhecia  (e estava me importando no momento), era a do meu vestido de noiva!
    Foi um misto de sentimentos.
    O médico, sem piedade nenhuma, em pé, com o meu cérebro exposto no quadro de luz (não sei o nome daquilo), e apontando cada lesão, como se fosse um ponto num mapa da sua próxima viagem! Sim, porque, para ele, era uma viagem. Não se tem muitos pacientes de esclerose múltipla, principalmente aquele idiota, vendo o meu caso como um grande empreedimento!
    Na minha cabeça, dava uns "flashs" da minha vida. Começei a pensar no quanro "eu nadei", para "prestes ao meu casamento", ouvir aquilo tudo. Comecei a me achar não merecedora do glamour que me aguardava.
    Fui ao florista escolher as flores. Me lembro como se fosse hoje. O cara me perguntou qual flor eu tinha preferência, eu respondi:
    -"Branca, branca e bem cheirosa".
    Ele voltou a insistir:
    -"Mas qual? preciso saber"!!!
    Eu respondi sem vontade nenhuma:
    - "Vê aí, a que for mais bonita"...
    Não preciso nem dizer que no dia eu não gostei, né? Mas, pra falar a verdade, não estava me importando com mais nada.
   Onde já se viu uma noiva tão sem entusiasmo???
   Claro que hoje, olhando para trás, eu vejo que sofri com razão, mas eu podia ter sido menos dura comigo mesma. Mas como saber se eu ainda não tinha chegado lá, ou seja, aqui?
    Realizei meu sonho. Me casei, tenho dois filhos lindos. Surpreendo a todos em cada demonstração de felicidade. Mas tudo isso, na cabeçinha de uma jovem, cheia de vida, de planos, anseios e ânsias, é muito cruel!!!
    Mas eu consegui e consigo. Estou aqui para mostrar isso.
    Não é nada fácil, mas também nada impossível!
  

Um comentário:

  1. Que bela resenha. Continue assim. Acredite no seu propósito. Os revezes da vida são pra todos, embora poucos estejam preparados para enfrentá-los. Somos vulneráveis à tantas patologias... um conselho: Retroceder nunca, render-se jamais

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