segunda-feira, 11 de junho de 2012

Nem Tudo São Flores-Parte III

E continuando essa etapa, me veio à cabeça (já na minha casa), 1001 projetos!!!! Depois da tempestade vem a bonança, no meu caso, vem um tsuname de  anseios e sonhos a serem realizados. Tenho pressa de viver!!!
   Primeiro dia: Tenso! Tomei um banho , lavei a cabeça e recebi em casa papai e Penha. Comentei com ela que não via a hora de ir ao cabelereiro, ter minha vida normal, etc... Quando  me  vem a notícia:
   -"O Jaime (meu cabelereiro de anos!), morreu"!!!!!!
   - Isso caiu como uma bomba na minha cabeça!!! Achava que todos os problemas do mundo estavam concentrados em mim, eu era a vítima e, de repente, eu vejo que aquele cara, tão simpático e aparentemente saudável, também era mortal! Por quê não seria?
  Chorei!!!! Chorei muuuito. Acho que no fundo, isso foi um estopim para o meu choro que devia estar embutido na minha estampa há dias... Liguei no celular dele, no intuito que algum parente atendesse para me dar uma explicação mais contundente. Se é que existe alguma explicação contundente para a morte...
  Peguei o meu carro, liguei o som no último volume, peguei um avenida longa e dirigia até o final e retornava para processar tudo na minha cabeça.
  Os primeiros dias foram difíceis. Via no banheiro fios e mais fios de cabelo pelo chão. Eu ia pegando tudo. Tinha vergonha das empregadas. "O quê elas iam pensar??? Que eu estava morrendo"??? Me lembrava do Jaime, dos conselhos dele para deixar os meus fios bem cuidados! O Jaime se foi e meus fois estavam indo junto... Que sensação terrível...
   Acordava de manhã e mais fios de cabelo pela cama. Escondia do meu marido... ele ia trabalhar e eu corria para o espelho.
   Começei a ver que não tinha jeito. Passava a mão e os fios iam saindo entre os dedos... Não queria encarar a realidade... Até que eu resolvi fazer um teste e puxar uma mecha. Saiu inteira na minha mão. Puxei outro lado, de novo... e eu ia puxando. Aquilo estava virando um filme de terror... eu tinha que me conformar.E o pior: "Eu era a protagonista daquele filme"!!!
   É Luciana, chegou a hora da verdade. Encara de uma vez!!!!!
   Peguei uma tesoura e comecei a cortar , no intuito de "amenizar" o probema... achei que estava certa!
   Nesse exato momento, meu marido chegou. Viu aquela cena deprimente. Perguntou-me o que estava acontecendo (já aos berros). Eu nem precisei falar nada. Naquele momento, aquela fortaleza toda, aquele homem, empresário, de fala firme, desmoronou... Ele se sentou a começou a chorar... E eu, bom...e eu me vi o consolando, com a tesoura na mão e o abraçando. Eu nem sabia o que falar... Nessas horas, as palavras não vem, A cena fala por si só... A única coisa que eu tinha certeza era que aquilo não era para sempre. Mas ao mesmo tempo, a gente "tinha" que passar por isso. Eu pelo menos! E ele??? Por quê ele também???
   Eu me via na obrigação de reverter aquilo. Pedi a ele que trouxesse o seu barbeiro e resolveríamos tudo. E isso foi feito.
   Faltavam 20 dias para o Natal. Eu tinha que me refazer...
   A vida ia clareando para mim, como numa tormenta que no dia seguinte, o sol começa a dar o ar da graça aos poucos...
   Eu vi num programa de TV a propaganda de uma cabelereira especialista em perucas. No dia 23/12, estávamos lá. A própria dona me atendeu. Eu chorava muito na frente do espelho.
  O cabelo não é só a moldyra do rosto, é a alma da pessoa. É a personalidade, é a sua essência representada num cobertor de fios. Eu nunca achei que uma cabeleira fosse tão importante na vida de uma mulher. Só quem passou por isso, sabe mensurar o que significa.
  
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário