Morte e VIDA!!!

   A vida é muito aleatória mesmo... A gente nasce numa família que em primeiro momento, todos são estranhos... é educado por ela ! Logo, temos que viver de acordo com seus preceitos ! Sofremos-inevitável!!! Passamos poucas e boas, choramos, rimos damos a volta por cima, fazemos o possível e o impossível para ser feliz!
   Tá, agora, o quê é a morte ??? Acabo de chegar do enterro do pai da minha querida amiga Vânia. Ao lado do caixão, eu escutei de dois senhorezinhos conversando: "É... a única certeza de que nós temos"!!! Aquele bate papo de beira de caixão, sabe! Geralmente, não é a família, é sempre um vizinho, um amigo do cunhado, um primo distante... Mas não é que ele estava falando a verdade ???
   Depois de ouvir isso, eu fiz a minha oração como de costume e pensei, "deixa eu ir pra lá, porque aqui só vou ouvir isso mesmo"!!! corri meus olhos em cada um que estava lá e pensava: "Esse pode ser o próximo, aquele, o outro lá ao lado"... Me Deus, que louco isso !!!!
    Pra morte, não tem distinção, não tem idade, não tem rico nem pobre, não tem bonito nem feio. A morte não discrimina ninguém. Pegou, pegou !!!!
    Quando eu era moçinha, uns vinte anos atrás, como em toda família , eu tinha uma tia solteirona! E como em toda família , ela se chamava Maria! Tia Maria, tinha umas atiguidades na casa dela, muito curiosas... Ela tinha um telefone antigo na casa,  daqueles que parecia um caixote na parede. Eu via aquilo e achava lindo! Um belo dia, descubro que aquele telefone, era decorativo, na verdade era um bar. Você abria a portinha e lá tinha uma bebida e uns copinhos. Eu fiquei encantada com aquilo! Sempre que ia visitar a Tia Maria, via aquele telefone na parede e pensava: "Um dia ele vai ser meu".
      Eis que um belo dia, nós estávamos almoçando na casa da minha avó, e eu lanço essa pra Tia Maria:
      - "Tia, o dia que a Senhora, não estiver mais entre nós, a Senhora, deixa pra mim aquele telefoninho que é um barzinho"???
      Minha tia mais do que depressa, me devolveu:
      - "Quem disse que você não vai antes de mim"??????
      Eu fiquei indignada com a resposta dela!!! Que tia é essa, que quer ver todo mundo ir antes dela ? Só porque ela não se casou, eu tenho que ouvir isso ???
     Minha avó foi pondo panos quentes e deixamos pra lá!!!
     Certo dia, depois de muuuuitos anos, Tia Maria (que Deus a tenha) já falecida, como eu presumia, minha prima vem e me dá o tal do telefoninho. Até hoje ele está guardado. Quero pôr no bar do meu marido , afinal de contas, é um charme! Mas pergunta se eu tomo a iniciativa ??? Acho que Tia Maria não quer!!!
     Noves fora, o quê eu quero dizer com isso, é que a gente nunca quer admitir, mas aquele senhorzinho que estava falando aquilo no pé do caixão, estava certo !!! A morte é a única certeza de que nós temos. E ela chega chegando, sem pedir licença nenhuma, muitas vêzes, escancarando as portas e arrancando de nós o que temos de mais valioso! Outras vêzes, ela anuncia... ela judia, ela tortura... De um jeito ou de outro, ela nunca é bem vinda. Ou pelo menos, para quem fica, a gente não é bem vindo num cemitério! Quem quer alguém te esperando na porta e dizendo: "Seja Bem Vindo! Em qual velório o Sr. vai"??? E na saída: "Volte Sempre"!!!!
     Não queremos nem chegar, nem ouvir volte sempre, muito menos  estar lá no lugar do finado. Não queremos nem ouvir o nome de certas doenças! Mas não querendo ser repetitiva, aquele senhor tinha razão.
     É A ÚNICA CERTEZA DA VIDA!