segunda-feira, 9 de maio de 2011

Saga Parte I


Saga- Parte I
   Tudo começou num verão... Não sei precisar o ano, 93 ou 94. Já estava morando em SP, trabalhando, havia acabado de sair de um relacionamento sério. Foi um momento crucial na minha vida, entre: ingressar na faculdade de Letras ou aceitar uma proposta de emprego, "imperdível" (diga-se de passagem), numa conceituada Indústria de Cosméticos que eu havia recebido. A faculdade podia esperar, já o emprego... E eu precisava dar uma guinada na minha vida. Embora eu amasse a minha cidade-Campinas, chega de Província! Sempre pensei grande, desde pequena. Só podia vir parar aqui mesmo, em São Paulo. Era meu destino.
   Sempre fui muito intensa, romântica, levava tudo muito ao pé da letra. Me arrependo de ter sido tão dura comigo mesma, hoje eu vejo que não precisava, mas a famosa teimosia, sempre falou mais alto. Precisei dar muuuita cabeçada para aprender!
    Estava tomando sol com minha prima, quando comentei com ela: "Tem algo estranho em minha perna esquerda, está dormente".  Era apenas uma sensação. Desagradável, de dormência mesmo, como se estivesse anestesiada.
Voltei para SP e comentando a mesma coisa com uma amiga, essa quis encostar a brasa do cigarro na minha perna. "Se você não sente nada, então não vai doer"!!! Dizia ela, na maior ironia do mundo. Como se eu fosse a Lady Dy fazendo frescura.
  Os tombos eram frequentes. Caía aqui e acolá, como uma pata choca! Minhas sandálias, não seguravam nos meus pés. Era como se eu andasse chutando-as. Uma secretária da Empresa onde eu trabalhava, quando me via passando, me chamava a atenção: "Luciana, o quê você tem nos pés?" -Perguntava ela atônita. E eu dava com os ombros. Eu ia saber???
Começei a comentar com minha família. Eles se preocupavam. Meu pai me levou à um excelente médico, da equipe do Dr. Pagura-Neurologista. Ele me pediu exames de Tomografia. Erradíssimo!!!!! Não se diagnostica Esclerosa Múltipla com esse exame. Mas não o condeno. Eu esbanjava saúde, quem ia imaginar que uma garota como eu tinha isso??? Tanto que, feito o exame, nada de diagnóstico, ele me mandou fazer academia, (coisa que eu já fazia). Voltei com toda a garra!!! Mesmo não aguentando fazer uma aula inteira. As pessoas me achavam preguiçosa. Eu ficava fazendo "pit stop" durante a aula!
Os sintomas continuavam... Certa vez, em uma festa da empresa, numa Convenção, dei uma cambaleada "daquelas"!!!! Meu chefe veio me perguntar "quanto eu já tinha tomado" e, eu nem bebia! Fiquei mal. Péssimo para uma funcionária de uma Empresa daquele porte. Caraca!!!!!!!!!!!!! Eu tinha perdido o equilíbrio, será que eu posso??? Não!!!!!
Para ele, um insensível de marca maior, era mais fácil achar que eu bebi e ponto.
Segundo médico- Um ortopedista, nem me lembro o nome, só sei que era na Vila Mariana. Ele teve a pachorra de perguntar à minha amiga que estava comigo, "se eu era normal", diante dos sintomas que eu descrevi e, nada de resultado nos exames (errados mais uma vez), que ele prescreveu. Um verdadeiro  imbecil!!!
Teve um terceiro- Meu pai me indicou um Clínico Geral. Eu fui sozinha, por ser perto do escritório dele. Saí de lá arrasada. Ele me falou em "tumor na medula", mas já foi me acalmando dizendo que uma simples cirurgia, resolveria tudo. Antes Fosse!!!
Saí de lá aos prantos. Me lembro de ir caminhando na rua e chorando. Chorava tanto que nem os óculos escuros disfarçavam... Dessa vez, o sintoma era na marcha. Eu mancava muito! Exame feito, mais uma vez, nada!!!!!
 Os sintomas eram sutis. Apareciam e desapareciam na mesma rapidez. Duravam em média quinze dias. Mas, o suficiente para atrapalhar a minha vida. Sempre seguido de um estress. Como a minha vida era uma correria maluca, (por conta do trabalho) eu nunca liguei uma coisa à outra.
Adorava meu trabalho, mas me sentia sufocada...

 

Um comentário:

  1. Meu Níver de 41 aninhos ! Comemorado em Campinas com a família. Reunião íntima...

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